Quando os primeiros raios dourados celebraram acima de mim
uma melodia de acordes carregada de boas emoções
ecoava alto, me despertava e me fazia sorrir.
Peguei a estrada pra mais um dia de conquistas,
calmo, inquieto, sorridente e despreocupado
andava com os olhos ao horizonte,
sem olhar pra baixo ou pra algum lado.
Tudo me levava a crer numa manhã normal
mas tive a impressão que não seria mais um dia qualquer
e a inquietude me veio ao natural
quando meus olhos foram preenchidos pela beleza de uma mulher.
Ela vinha ao longe, firme em seu rumo.
Séria, bela, confiante, com olhos de estrelas: brilhantes.
Será que ela pensava no amor ou no futuro?
Ou apenas caminhava, como fazem os andantes?
Todos meus pensamentos logo se fizeram um.
Será que serei notado e um sorriso vou ganhar?
Em 5 passos demorados veio a resposta que eu não queria
ela seguiu firme, nem ao menos ganhei um olhar.
Mas pra um sonhador, isso não é o fim,
me contentei com aquele aroma encantador
(do outono, o carvalho e da primavera, jasmim)
Ela passou como um vento frio
congelou meus pensamentos, aqueceu a minh’alma
e em minha pele, um arrepio.
Sei que pra tudo se tem que ter calma.
Por isso não fiquei na carência,
amanhã a gente vai trocar um olhar
e eu vou sentir, de novo, sua essência.
Sete Luas cuidaram das noites,
e embaixo delas foi que sonhei pra ela.
Guardei pensamentos florescidos,
outros deixei escapar noite adentro, pela janela.
E na manhã que a prata tomou o azul do céu,
sai de casa esperançoso, sorridente e orgulhoso.
Parecia que eu sabia que eu teria algo mais
andei quase toda a estrada em paz,
sem pensar em nada, nem olhar pra trás.
Quem distribui as flores, fica com seu perfume nas mãos.
Lá vinha ela, mais serena, mais calma… mais bela.
Eu sabia que ia ser diferente, acabou-se a negação.
O tom cinza da manhã me trazia algo especial
Um presente, uma dádiva como uma oração.
Caminhando firme veio em minha direção,
ergueu a cabeça, mostrando mais seu doce rosto
deixou seus olhos virem até os meus,
azuis, como o mar no verão, trazendo-me novo gosto.
Nesse momento até a chuva calma,
que me acompanhava desde a madrugada,
se emudeceu, ficou silente, parada.
O encontro dos olhares veio seguido,
de um presente mútuo, tenro e sincero,
um doce, grande e verdadeiro sorriso.
“Bom dia” eu ganhei de seus lábios de mel,
“Bom dia, senhorita” respondi encantadamente.
Foi aí que entendi que nada se vai ao léo
e que tudo vale a pena, sempre.
Nossos aromas se fizeram um,
num perfume novo, de quatro estações
(outono e primavera, inverno e verão).
Quem sabe, pode ser Razão e Coração
ou algum sonho mais comum?
Depois do olhar, do sorriso e do “Bom dia”,
queria saber qual é o seu nome?
Quais são seus sonhos?
E se comigo, uma pequena história, viveria?
… perdoa meus sonhos, se contigo sonhar.